domingo, 25 de dezembro de 2011

O Natal de sempre

O 25 de dezembro tem vários sentidos históricos, muitos afirmam que era uma data "pagã, podendo ser de origem solar... A Saturnal dos Romanos a precedia" (Nelson's Encyclopedia); ou ainda a data "da antiga festa Romana em homenagem ao Sol" (celebrando o nascimento do deus-Sol), segundo a American Encyclopedia; "A Saturnal era uma festa de prazeres desenfreados... A data do Natal foi fixada na mesma época" (M de Beugnot - História, Vol 2, pág 265); "A Igreja... voltando ao paganismo... precisava ter suas festas, e acabou por dar nomes cristãos às festas pagãs já existentes... identificando o Natal à pior das festas pagãs... fixaram para aquela data o nascimento de Cristo. (Aquela data) representava um dos piores princípios do paganismo -- o poder reprodutivo da natureza... A Igreja criou as festas chamadas cristãs, para substituir as pagãs... paganizando o Cristianismo... a fim de manter satisfeitas as mentes carnais do povo" (J. N. Darby - Col. Writtings, Vol. 29); Agostinho registrou que o povo estava tão determinado a ter festas que o clero se sujeitou a isso!

Já nos dias de hoje que antecedem o Natal, ouvimos os mais variados conceitos, comentários a respeito da data. Alguns dirão que foi descaracterizado por uma invasão comercial, que só busca dar sentido capitalista, da gastança no que seria uma festa de confraternização, de solidariedade; outros dirão que não existe mais sentido para comemoração alguma, pois as famílias estão desagregadas, desconfiguradas; ainda há os que afirmam que virou uma data de celebração da hipocrisia, uma vez que muitos participam dos tais amigos secretos, mas que, em verdade, não guardam amizade alguma ao tal sorteado, muitas vezes até inimigos ocultos. E por aí vai. Realmente, todas essas considerações têm a sua extensão de verdade, mas será que, ainda assim, não vale a pena ter uma data onde, pelo menos, no ano, ficamos mais tocados para sermos sensíveis, mais caridosos?

Já em 1901, o escritor Machado de Assis, ao publicar o seu livro Poesias Completas, registrava a sua indignação com os rumos que tomavam as festa natalinas. Em o seu poema Soneto de Natal ele pergunta: Mudou o Natal, ou mudei eu?

A verdade, então, é que precisamos compreender que é da natureza social humana, com o passar do tempo, estar sempre em processo de mudança, de acordo com os novos valores de sua época, novos costumes são agregados... É a dinâmica da própria vida, e neste processo estaremos sempre perdendo e ganhando valores de comportamento, onde também estaremos sempre registrando que antigamente... no meu tempo... Ora, assim é e continuará sendo. Caberá, no entanto, a cada um de nós não deixar escapar por entre as lidas atuais os princípios de valor que julgamos essenciais ao nosso bem estar emocional.

Continua, entendo, valendo a pena desejar Feliz Natal!

Autor: José Medrado - Presidente e Fundador do complexo Cidade da Luz
Publicado na Coluna Religião - Jornal A Tarde

domingo, 18 de dezembro de 2011

Significado do Natal

Só para lembrar...
Papai Noel, panetone, peru... Tudo isso pode fazer com que esqueçamos do significado da data: o aniversário de Jesus.

Convide Jesus para a festa e divirta-se!
Feliz Natal para todos!!


domingo, 11 de dezembro de 2011

Ser gente é ser pessoa

Ser pessoa é existir em todas as dimensões do ser humano: biológica, social, psicológica e espiritual (principalmente nessas duas últimas que são interiores).

Nós existimos à medida que perseguimos valores, metas, ideais que nos atraem e nos impelem a ‘gastar’ a vida, a autotranscender-nos, a doar-nos, a sair de nós mesmos para uma missão maior que nós mesmos.

O ser humano é um ser bio-psico-sócio-espiritual, segundo a Antropologia e Ontologia aceita pela Análise Existencial e Logoterapia de Viktor Emil Frankl.

A dimensão biológica ou somática abrange toda a materialidade corpórea de que somos constituídos, o corpo com seus vários sistemas: circulatório, respiratório, digestivo, endocrinológico, neurológico, e outros.

A dimensão psíquica compreende os aspectos da personalidade do indivíduo, ou seja, a maneira com a qual ele recebe e administra o conjunto das emoções, sensações, percepções, impulsos, instintos, desejos, memória, comportamentos adquiridos, etc.

A dimensão social diz respeito ao relacionamento que estabelecemos com as pessoas e as coisas, relações sócio-econômicas, costumes sócio-culturais, relacionamento opressor x oprimido, relacionamento comunitário, sistemas sociais e seus condicionamentos, etc.

A dimensão noética, espiritual ou existencial está situada além do psico-físico, numa visão mais ampla que inclui o espiritual não apenas como dimensão religiosa, mas também moral (ética), intelectual (cognitiva) e artística (estética).

Desde a concepção, recebemos inúmeras contribuições biológicas, psicológicas e sociais, sejam gravadas geneticamente e reelaboradas no processo educativo, sejam adquiridas no convívio social. O espírito é a única contribuição que não se recebe por via genética, nem pode ser adquirida no convívio social; recebe-se no momento da concepção. Viktor Emil Frankl, com grande perspicácia, descobriu a religiosidade em estado latente no interior do sujeito, muitas vezes só revelada através da análise de sonhos, inclusive de pessoas irreligiosas ou ateias. É a esta tendência inconsciente para Deus que Frankl chamou de estado inconsciente de relação com Deus ou “presença ignorada de Deus”.1

Quando assumimos a presença e o senhorio de Jesus Cristo em nossas vidas e desenvolvemos um relacionamento pessoal com Deus, ouvindo o Senhor que nos fala na voz da consciência, todo o nosso ser entra em harmonia e a nossa pessoa interior começa a governar nossa personalidade e somos capazes de ser nós mesmos, centralizados, irradiando tranquilidade e paz.2

A Personalidade é a organização dinâmica, no interior do indivíduo, de sistemas psicofísicos que se manifestam em sua conduta e em seu pensamento característico, e possui um centro estável chamado Pessoa (que persegue finalidades imanentes e transcendentes).

A Pessoa refere-se à essência do ser humano, àquilo próprio, específico dele. Constitui o centro da personalidade, a existência. Dá integração e autenticidade ao ser humano. O “Eu = Pessoa” é portador de propriedades incomunicáveis, é capaz de autoconsciência e persegue fins que podem superar a si mesmo e à sua espécie.

Em condições normais, a Pessoa governa o seu meio íntimo, governa a sua personalidade, para responder à vida. A personalidade é o veículo pelo qual se move a pessoa.

Os seres humanos desajustados são mal-humorados, descentralizados de sua pessoa, ficam dependentes de outras, esperando algo de fora. Quando uma pessoa é centrada em si mesma, ela traz a identidade do que é e reflete essa identidade, irradia para fora essa harmonia interior em sua linguagem, gestos, tornando-se bonita e expressiva. Isto é ser eu mesma, SELF, ser Pessoa, ser verdadeiramente ‘eu sou’!

Só após ser pessoa conseguimos amar, saindo de nós mesmos, amando gratuitamente, correndo todos os riscos de sofrer pela felicidade da pessoa amada, sem esperar nada em troca; então, somos da mesma natureza de Deus que é Amor e temos maturidade psicológica afetiva ¾ capacidade de autotranscendência de ser humano.

1“A Logoterapia, portanto, é uma psicologia que, sem perder o rigor científico, introduz a noção de transcendência na ciência do homem. Vai além da imanência, rumo à transcendência, transformando-se numa mensagem libertadora do ser humano, ao libertá-lo dos determinismos, tanto psicológicos como sociais” (Frankl, Viktor E., A Presença Ignorada de Deus, p. 9).

2“Quando começamos a tentar obedecer a Deus, Ele se torna para nós muito pessoal, não apenas uma vaga força. Nossa idéia Dele muda. Então, na medida em que Ele nos mostra as profundezas da nossa personalidade, profundezas boas e más, nossa idéia de nós mesmos muda. Descobrimos que não conhecemos a nós mesmos muito bem. Na medida em que decidimos existir Nele, Ele começa a ajuntar os nossos pedaços espalhados, dos quais estávamos separados”. (Payne, Leanne, A Imagem quebrada: Restaurando a Integridade Pessoal através da Oração de Cura, 1981, p. 138.

VILLARES, Juracy. Ser gente é ser pessoa. In.: Comunidade Missionária Santíssima Trindade. Disponível em: <http://www.cmsantissimatrindade.org.br/canais.asp?cod=59&cat=6> Acesso em: 14/04/08.

Encontrei esse texto nos meus arquivos e voltei a me apaixonar por ele. Espero que gostem!!

domingo, 27 de novembro de 2011

A Iluminação

Este é um ponto importante para que possamos reter a atenção. O que você vem buscar num lugar como esse? O que te move nessa jornada? O que fez que você saísse lá de São Paulo e viajasse tantas horas para chegar até aqui?

Eu sei o que você está buscando, porque é o que todo ser humano busca: paz. Paz profunda e estável. O que você busca é libertação do sofrimento. Cada um à sua maneira, no seu grau de entendimento, mas todos, sem exceção, estão buscando paz. De alguma forma, você já caminhou o suficiente para compreender que essa paz não será encontrada fora de você.

O que promove esse estado que você tanto busca é o que há muito tempo nós viemos chamando de iluminação. Aqui, o hinduísmo utiliza a palavra Jivan Mukta – “liberado vivo”. Liberado do quê? Do sofrimento. Vamos compreender melhor essa questão.

O que é a iluminação? É o reconhecimento da sua verdadeira natureza, além do nome, da forma e da sua história. Quem é você, além do nome e da forma?

Estão lembrados do exemplo que dei sobre as várias lâmpadas e a energia elétrica que as compõem? Entenda a energia elétrica como o Ser, a essência que habita a forma e o corpo. Essa essência é a Vida Única, que se manifesta em tudo que é consciente ou inconsciente.

Existe uma Vida Única agindo através de todos nós aqui - das árvores, das águas, das pedras, do sol, da lua e das estrelas. Existe uma Vida Única que a tudo permeia. E o que te impede de ter plena consciência dessa Unidade? De se tornar iluminado?

A sua identificação com a mente, e com todas as criações dela. Aquilo que chamamos de pensamento. Então, a única possibilidade de você acessar a verdade, de acessar Deus ou a Unidade, ou ainda a percepção da vida única além do nome e da forma, é fazendo a mente se tornar serena.

domingo, 20 de novembro de 2011

Dez Maneiras de Amar a Nós Mesmos


1 - Disciplinar os próprios impulsos.

2 - Trabalhar, cada dia, produzindo o melhor que pudermos.

3 - Atender aos bons conselhos que traçamos para os outros.

4 - Aceitar sem revolta a crítica e a reprovação.

5 - Esquecer as faltas alheias sem desculpar as nossas.

6 - Evitar as conversações inúteis.

7 - Receber o sofrimento o processo de nossa educação.

8 - Calar diante da ofensa, retribuindo o mal com o bem.

9 - Ajudar a todos, sem exigir qualquer pagamento de gratidão.

10 - Repetir as lições edificantes, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, perseverando no aperfeiçoamento de nós mesmos sem desanimar e colocando-nos a serviço do Divino Mestre, hoje e sempre.

André Luiz e Chico Xavier: Paz e Renovação.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Tudo na vida é passageiro. Só o amor de Deus é constante

Quando estiver só, lembre-se:
Deus está com você.

Quando não souber o caminho, lembre-se:
Deus é o guia.

Quando quiser desabafar, lembre-se:
Deus é o melhor amigo.

Quando estiver triste, lembre-se:
Deus é alegria e está dentro de você.

Quando precisar de um consolo, lembre-se:
Deus é o ombro para chorar.

Quando sentir-se distante de tudo, de todos, lembre-se:
Deus está todo tempo ao seu lado.

Quando não quiser mais viver, lembre-se:
Deus é vida e habita em você.

Quando se julgar incapaz, busque Deus e vencerá

Texto de Vanildes Rodrigues

O Verdadeiro Amor

O Verdadeiro Amor, não Prende, Liberta;
Não Destrói, Constrói;
Não Diminui, Valoriza;
Não Julga, Compreende;
Não Menospreza, Respeita;
Não tem Ódio, tem Perdão;
Não tem Conflitos, tem Paz;
Não tem Ciúme, tem Confiança;
Não tem Separação, tem União;
Não tem Inveja, tem Admiração;
Não tem Cobrança, tem Aceitação;
Não tem Orgulho, tem Humildade;
Não tem Sofrimento, tem Felicidade;
Não tem Preconceito, tem Naturalidade;
Não tem Interesse, tem Realização no Fazer;
Não Guarda Rancor, Esquece a Mágoa;
O Verdadeiro Amor, aceita as diferenças, é recíproco, não tem medos, nem competição: ELE POR SI SÓ BASTA!
O Verdadeiro Amor, este sentimento único, de raízes profundas, capaz de ultrapassar todas as barreiras;
Ele pode ser: de Mãe, de Pai, de Companheiros, de Irmãos, de Amigos, de Homossexuais, de um Bichinho de estimação a uma Planta, não importa o grau, o importante mesmo é a Pureza deste.
Você tem a sabedoria de vivenciá–lo?!
E lembre-se: só sentiremos o amor do outro à medida que aprendermos a amar a nós mesmos!

Texto de: Vanildes Rodrigues (Alagoinhas)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Autora: Sarah Westphal Batista da Silva
Email enviado por Geisa Dias.

Coragem, povo de Deus. Coragem!

domingo, 6 de novembro de 2011

Calma

Se você está no ponto de estourar mentalmente, silencie alguns instantes para pensar.

Se o motivo é moléstia no próprio corpo, a intranquilidade traz o pior.

Se a razão é enfermidade em pessoa querida, o seu desajuste é fator agravante.

Se você sofreu prejuízos materiais, a reclamação é bomba atrasada, lançando caso novo.

Se perdeu alguma afeição, a queixa tornará você uma pessoa menos simpática, junto de outros amigos.

Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás, a inquietação é desperdício de tempo.

Se contrariedades aparecem, o ato de esbravejar afastará de você o concurso espontâneo.

Se você praticou um erro, o desespero é porta aberta a faltas maiores.

Se você não atingiu o que desejava, a impaciência fará mais larga a distância entre você e o objetivo a alcançar.

Seja qual for a dificuldade, conserve a calma, trabalhando, porque, em todo problema, a serenidade é o teto da alma, pedindo o serviço por solução.

domingo, 30 de outubro de 2011

Escutatória

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.

Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir.
Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil.

Diz o Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma". Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: "Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas". Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não "evangélico"), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado". Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou". Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião.

Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Faz alguns anos passei uma semana num mosteiro na Suíça, Grand Champs. Eu e algumas outras pessoas ali estávamos para, juntos, escrever um livro. Era uma antiga fazenda. Velhas construções, não me esqueço da água no chafariz onde as pombas vinham beber. Havia uma disciplina de silêncio, não total, mas de uma fala mínima. O que me deu enorme prazer às refeições. Não tinha a obrigação de manter uma conversa com meus vizinhos de mesa. Podia comer pensando na comida. Também para comer é preciso não ter filosofia. Não ter obrigação de falar é uma felicidade. Mas logo fui informado de que parte da disciplina do mosteiro era participar da liturgia três vezes por dia: às 7 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde. Estremeci de medo. Mas obedeci. O lugar sagrado era um velho celeiro, todo de madeira, teto muito alto. Escuro. Haviam aberto buracos na madeira, ali colocando vidros de várias cores. Era uma atmosfera de luz mortiça, iluminado por algumas velas sobre o altar, uma mesa simples com um ícone oriental de Cristo. Uns poucos bancos arranjados em U definiam um amplo espaço vazio, no centro, onde quem quisesse podia se assentar numa almofada, sobre um tapete. Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. Era um grande silêncio. Muito frio, nuvens escuras cobriam o céu e corriam, levadas por um vento impetuoso que descia dos Alpes. A força do vento era tanta que o velho celeiro torcia e rangia, como se fosse um navio de madeira num mar agitado. O vento batia nas macieiras nuas do pomar e o barulho era como o de ondas que se quebram. Estranhei. Os suíços são sempre pontuais. A liturgia não começava. E ninguém tomava providências. Todos continuavam do mesmo jeito, sem nada fazer. Ninguém que se levantasse para dizer: Meus irmãos, vamos cantar o hino... Cinco minutos, dez, quinze. Só depois de vinte minutos é que eu, estúpido, percebi que tudo já se iniciara vinte minutos antes. As pessoas estavam lá para se alimentar de silêncio. E eu comecei a me alimentar de silêncio também. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.

E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar.

A música acontece no silêncio.

É preciso que todos os ruídos cessem.

No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou.

A alma é uma catedral submersa.

No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada.

Somos todos olhos e ouvidos.

Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala.

Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar.

Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio.

Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto....

Autor: Rubem Alves
Email enviado por Geisa Dias

domingo, 23 de outubro de 2011

Encontrando o seu verdadeiro ser

Poderia falar um pouco sobre as diferenças entre o caminho do buscador e do achador?

É muito simples: você busca até achar. Eu, por exemplo, busquei freneticamente, em muitas religiões, escolas espirituais, mestres e livros. Às vezes eu vivia a ilusão de ter encontrado, porém continuava uma angústia - eu sabia que não tinha encontrado, que ainda faltava algo. Até que encontrei meu guru. Quando o encontrei e me entreguei para ele, realmente senti que havia encontrado - ainda carregava uma angústia, mas tinha certeza de que já tinha encontrado o que precisava. De fato, pouco a pouco a angústia foi desaparecendo.

Quanto tempo levou para essa angústia desaparecer?

Foram algumas vidas para eu descobrir que havia encontrado e três anos para a angústia desaparecer completamente. Fiquei três anos brigando com o meu mestre. “Será que encontrei mesmo?”, eu pensava. No fundo sabia que já tinha encontrado. É importante compreender isso: você só recebe iniciação em um Yoga dessa natureza quando já tem um vislumbre da divindade.

Eu tive um vislumbre e pude me entregar, mas após ter passado a graça da iniciação. Obviamente, fui entrando nos meus infernos internos que a própria iniciação puxou. A própria graça do meu guru foi destruindo a ignorância que ainda existia em mim, sendo uma das manifestações justamente a falta de fé, a dúvida, uma dificuldade de me entregar definitivamente, sem reservas.

Fui buscar ajuda para poder me entregar para o meu guru: do Dalai Lama, do Sathya Sai Baba, do Ravishankar e outros mestres que conheci. Fui pedir ajuda porque não conseguia me entregar de verdade, porque existia uma barreira dentro de mim: um orgulho que eu carregava há muitas vidas. Até que consegui, e quando eu me entreguei de verdade, iluminei-me e entrei em Samadhi. Aconteceu o fenômeno: dei o salto. 

Compreendi que a entrega é a antessala da iluminação. A busca vai purificando a ignorância aparelho para viver essa experiência, por meio da aquisição de conhecimento e práticas. A ignorância nasce dessa ideia de eu, com todas as máscaras.

Todos os mestres que encontrei foram importantíssimos na minha vida. Aprendi, recebi muito e purifiquei uma parte da personalidade que precisava ser purificada. Até que meu sistema todo se preparou para essa experiência, e aí pude vivê-la e entrei em Samadhi. Então, descobri. Encontrei o que buscava depois de tanto tempo. Não sabia nem o que era - apenas tinha uma ideia. O que eu sabia era que estava insatisfeito. Por isso continuava buscando.

Autor: Sri Prem Baba - http://www.prembaba.org.br/home.htm

Você é um buscador ou um achador?

domingo, 16 de outubro de 2011

Você sabe com quem está falando?

A qualidade do vídeo não é das melhores, mas o seu conteúdo é importantíssimo.
Apreciem sem moderação!!!!


domingo, 9 de outubro de 2011

Ajudando alguém...

"Se queremos ajudar os outros a eliminar seus defeitos e desenvolver suas qualidades positivas, precisamos nos assegurar de que, primeiro, nós mesmos estejamos livres de defeitos e dotados de qualidades positivas. Mesmo que não estejamos totalmente isentos de defeitos, mesmo que não tenhamos revelado por inteiro todas as nossas qualidades positivas, devemos, pelo menos, ter purificado a nossa mente o suficiente para ajudar os outros, em vez de simplesmente criticá-la." 

Autor: Chagdud Tulku Rinpoche
Email enviado por Geraldine Barreto


Já aprendemos a ajudar ou ainda estamos somente criticando??

domingo, 25 de setembro de 2011

Ser feliz ou ter razão?

   Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo e ela consultou no mapa antes de sair. Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado.

Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber: - Se tinhas tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devias ter insistido um pouco mais... E ela diz: - Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!

MORAL DA HISTÓRIA

    Esta pequena história foi contada por uma empresária, durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente, de tê-la ou não. Desde que ouvi esta história, tenho me perguntado com mais freqüência: 'Quero ser feliz ou ter razão?

    Outro pensamento parecido, diz o seguinte: "Nunca se justifique; os amigos não precisam e os inimigos não acreditam".

    Eu já decidi... EU QUERO SER FELIZ e você?

Enviado por: Jilana Maia

domingo, 18 de setembro de 2011

Soneto

O homem da Terra, mísero e precito,
No máximo de dor de que há memória,
Vai penetrar a noite merencória
do seu caminho desvairado e aflito.

No mundo, em toda a parte, ouve-se o grito
Da mentira em seus dias de vitória!
Ostentação, miséria, falsa glória
Afrontando as verdades do Infinito!

Mas ao coro sinistro das batalhas
Hão de cair as rígidas muralhas
Que guardam a ilusão do mundo velho!..

E após a dor, a treva e a derrocada,
O homem renascerá para a alvorada
Da luz divina e eterna do Evangelho!

Olavo Bilac
Soneto recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier

domingo, 11 de setembro de 2011

Um pequeno ensinamento virou sucesso!

O texto a seguir foi extraído do DVD Ramtha: Create Your Day — An Invitation to Open Your Mind: “Você já percebeu que assim que acorda você não sabe quem é; e você desperta e não sabe quem você é. Você já percebeu como olha em torno do quarto para se orientar, e o que é mesmo surpreendente é quando você vê a pessoa a seu lado e por um segundo não sabe quem ela é? Eu acho que você deveria pensar muito nisso. Nós passamos os primeiros momentos antes de sair da cama nos orientando, refazendo a ligação com uma identidade que por um instante nós nem mesmo tínhamos, e a identidade é aquela [coisa] que começamos a formar quando olhamos para a pessoa a nosso lado. Então, nos levantamos, começamos a coçar nossos corpos (...), então ficamos de pé e vamos ao banheiro e no caminho olhamos para nós mesmos. Por que fazemos isso? Por que olhamos para nós mesmos? Porque estamos tentando lembrar quem somos. Ainda é um mistério.

Mas se você precisa se lembrar de quem é e dos parâmetros de sua aceitação e do muro de sua dúvida, se t em de passar por esse ritual todo santo dia, qual a chance de seu dia ser especial? (...) Mas, e se (...) antes de tentar lembrar quem é, você se lembrasse do que você quer ser, e talvez isso viesse imediatamente antes de ver seu cônjuge, de se tocar, de sair da cama, de assustar o gato e de se olhar no espelho. Antes de fazer tudo isso você se lembrou de algo: ‘Antes que eu me ligue no ritual da minha rede neural, vou criar um dia surpreendente, que vou acrescentar à minha rede neural, que vai acrescentar experiência à minha vida e você cria seu dia. Aquele momento em que você ainda não é quem você é, esse é o momento mais sublime (...) Naquele momento você vê o extraordinário, você pode esperar e aceitar o incomum, você pode aceitar um aumento de salário hoje.

Se você se tornar você mesmo, sua expectativa de um aumento de salário diminui muito. Nós dois sabemos disso. Mas nesse estado de inconclusividade sobre sua identidade, você pode criar qualquer coisa.

Assim eu digo a meus alunos: antes de se levantar e lembrar quem você é, crie seu dia. Depois de você criar seu dia, sua rotina vai mudar. Vai ser uma pessoa ligeiramente diferente olhando para o vaso sanitário, olhando-se no espelho. Vai haver alguma coisa diferente em você, e isso vai ser maravilhoso?’

Esse ensinamento magnífico se dirige ao “eu” que, afinal, foi o objeto do capítulo. Quem é o “eu” que está criando? Se é a personalidade, então as criações vêm das estruturas, hábitos, propensões, redes neurais e daquela mesma estrutura de personalidade de sempre, e tudo o que for criado será o mesmo de sempre. Criar o que já existe é praticamente não criar.

Ou a criação está vindo do ser mais elevado, do ser Deus, caso em que ela em geral é inconsciente e resulta de algum carma profundamente enterrado. Dessa maneira, embora as criações sejam maravilhosas para o espírito, para a personalidade isolada, elas parecem arbitrárias e injustas e dão origem a sentimentos de impotência e vitimização.

Essa técnica faz uso do momento do não ser ou do novo ser. De dentro desse eu, alguma coisa verdadeiramente nova pode se manifestar. Alguma coisa que você cria conscientemente. E criar assim desmonta para sempre a armadilha da vitimização e da impotência.

E cada dia estabelece, de forma muito real, que você cria sua realidade.

E, se isso for verdade, essa confirmação é como gasolina no fogo.

PENSE UM POUCO NISTO...

  • Quais são os limites, se houver, da sua criatividade e do seu poder?
  • Podemos mudar as leis da física? Se pudermos, elas serão leis? O que são leis?
  • Quando aprendemos a criar com mais eficiência, que tipo de responsabilidade passamos a ter?
  • Quando aprendemos a criar com mais eficiência, que tipo de responsabilidade passamos a ter?
  • Qual é a maneira mais construtiva de usar a criatividade?
  • Como podemos saber se nossos objetivos individuais estão alinhados com os objetivos cósmicos?
  • Qual o impacto de saber que estamos criando o tempo todo, conscientemente ou não?
  • Qual a diferença entre a personalidade e o nível mais elevado da consciência?
  • Como posso saber a diferença?
  • Quando sei que é minha personalidade que está criando e quando sei que é minha consciência mais elevada?
  • A minha personalidade é ruim?

domingo, 4 de setembro de 2011

Mediunidade ou churrasco?

“Noite de sábado e recebo um convite de amigos para participar de um churrasco na manhã de domingo.”
Ao acordar era sensacional a visão à minha frente. Percebi o lindo dia de sol que se abria e já comecei a esquematizar uma ida ao mercado do lado de casa para comprar umas carnes e refrigerantes. Seria essa a minha contribuição ao evento que fui convidado, porém aconteceu uma coisa interessante. Uma voz que surgiu não sei de onde vem me lembrar do compromisso que tinha assumido há algum tempo. Era o compromisso mediúnico. Combinei com a casa espírita que frequento que participaria das reuniões mediúnicas realizadas sempre no primeiro domingo de cada mês. Adivinhem que domingo era esse?
E agora? O que fazer? Sucumbir aos apelos da carne, no sentido do churrasco e no sentido dos gozos terrenos ou cumprir o compromisso que me responsabilizei seguindo para o centro espírita?"


O texto acima é meramente imaginário. A situação narrada nunca aconteceu verdadeiramente e acredito que alguns de vocês, leitores, podem estar se perguntando se existe a possibilidade de acontecer com algum de nós, médiuns, doutrinadores, passistas, dirigentes, faxineiro, porteiro, recepcionista... Ou mesmo o motivo da dúvida. “Claro que a escolha deve ser o trabalho!” Será mesmo que é assim que pensamos?

É sempre bom lembrarmo-nos de não assumir aquilo que não podemos cumprir. Criamos expectativas nas pessoas – encarnadas e desencarnadas – que contam com a nossa presença nos trabalhos e resolvemos “falhar” acreditando que a ausência não trará transtornos à tarefa.

Responsabilidade, respeito, discernimento são palavras que devem nos acompanhar em qualquer empreendimento ao qual nos propusemos. E isso não é somente em relação aos trabalhos espirituais, mas deve ser um comportamento, antes de tudo, social. Problemas acontecem, é claro. Dificuldades se apresentam de forma inesperada. A questão é quando a exceção passa a ser uma regra. Se soubermos administrar o nosso tempo, poderemos trabalhar e nos divertir sem que uma coisa exclua a outra. Com o tempo, vamos colocar na balança aquilo que mais pesa e daremos prioridade ao essencial, às questões do Espírito. “A Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus”. Pensemos com carinho.

domingo, 28 de agosto de 2011

O Sapo e a Rosa

"Havia uma rosa muito bonita, que se sentia envaidecida ao saber que era a mais linda do jardim.
Mas, começou a perceber que as pessoas somente a observavam de longe.

Acabou se dando conta de que, ao seu lado, sempre havia um sapo grande, e esta era a razão pela qual ninguém aproximava-se dela.

Indignada diante da descoberta, ordenou ao sapo que se afastasse dela imediatamente.

O sapo, muito humildemente, disse:

- Está bem, se é assim que você quer...

Algum tempo depois o sapo passou por onde estava a rosa, e se surpreendeu ao vê-la murcha, sem folhas nem pétalas.

Penalizado, disse a ela:

- Que coisa horrível, o que aconteceu com você?

A rosa respondeu:

- É que, desde que você foi embora, as formigas me comeram dia a dia, e agora nunca voltarei a ser o que era.

O sapo respondeu:

- Quando eu estava por aqui, comia todas as formigas que se aproximavam de ti. Por isso é que era a mais bonita do jardim...

Muitas vezes desvalorizamos os outros por crermos que somos superiores a eles, mais 'bonitos', de mais valor, ou que eles não nos servem para nada.

Deus não fez ninguém para 'sobrar' neste mundo. Todos tem algo a aprender com outros ou a ensinar a eles, e ninguém deve desvalorizar a ninguém.

Pode ser que uma destas pessoas, a quem não dá valor, faça-nos um bem que nem mesmo nós percebemos.

Que Deus nos abençoe e nos ajude a enxergar a 'beleza' dos outros. "

Autor desconhecido

domingo, 21 de agosto de 2011

Visão de Chico Xavier sobre a Umbanda


Percebam que o que importa é a busca pelo bem, independente de onde essa busca seja procurada. Somos todos filhos do mesmo Pai!

domingo, 14 de agosto de 2011

Homenagem aos pais

Divina Paternidade
Divaldo Franco e Amélia Rodrigues (Espírito)
Do livro A Mensagem do Amor Imortal


Ante a turbamulta desordenada e sofredora, carregada de misérias e de sofrimentos sem consolo, Jesus orientava as mentes e confortava os corações, informando que Deus é o Excelso Pai.
Ninguém se encontrava no mundo, ao abandono, como fruto espúrio do acaso da indiferença do Genitor Celeste.
A sua propositura era e permanece com significado impar, em razão do poder de vinculação entre a criatura e seu criador.
O mesmo Sol que oscula o pântano, aquece o grão que atende a fome e faz desabrochar o botão que aguarda a flor, a fim de que o perfume viaje nos braços gentis da brisa...
Esse mesmo Astro-rei transforma o bago da uva em vinho bom, iluminando a choupana em trevas e adentrando-se no palácio festivo e adornado.
Esse Pai é o mesmo em relação aos bons que conseguiram avançar pelas estradas da evolução, assim como aos maus que permanecem nas sombras densas da ignorância e do primarismo, em que se aturdem, aguardando, misericordioso, o retorno dos filhos ao Seu incomensurável amor.
Jesus demonstrou a sua bondade e excelsitude na própria conduta, a Ele submetendo-se e ensinando como servi-LO e senti-LO nos refolhos do coração e da alma.
Desse modo, o Pai faz tudo quanto é necessário para que o filho cresça e alcance a plenitude, mesmo que este não o deseje, preferindo deter-se nas trilhas sombrias da prepotência e da suprema inferioridade.
Enquanto permanecer a sombra nos sentimentos humanos, sempre Ele estará aguardando em Luz.
Não resta outra alternativa, senão segui-LO.

Independente de qualquer dificuldade que possa surgir pelo caminho vamos curtir o nosso pai, visto que é co-criador junto com o Pai celestial. Feliz dia dos pais!

domingo, 7 de agosto de 2011

A mágoa em nosso coração

Quando desenvolvemos em nosso coração a mágoa, estamos tirando de nós à capacidade de reagir positivamente diante de algo ou alguém que nos feriu.
Este sentimento toma conta de nossa consciência, nos amarrando em acontecimentos do passado ou do presente, mas que nos impedem de reagir e tomar outro rumo em nossa vida.
Vivemos a mágoa intensamente, nos machucamos dia a dia, nos tornamos tristes e rancorosos, deixando em nós a sensação de impotência diante da vida.
Não alimente em seu coração a mágoa, porque não teremos benefício algum com esse sentimento, ele nos leva a enganos e não nos permite desenvolver o perdão e a compreensão em nossa vida.
Quando algo ou alguém te ferir, não valorize esse sentimento sofredor, busque o entendimento como seu parceiro e perceba que o ferimento causado em seu coração nada mais é que o aprendizado da vida e todos passamos em algum momento por uma dor moral ou física e para obtermos a cura vai depender de como cada um de nós vai reagir.
Se vamos nos martirizar eternamente por isso ou se vamos utilizar do perdão e seguirmos adiante sem ficarmos reféns da mágoa dentro de nós, atrasando nosso adiantamento.

Disponível em: http://www.gotasdepaz.com.br
Enviado por: Jilana Maia

domingo, 24 de julho de 2011

Mudar

Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros,
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor. A nova vida.
Tente.
Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas. Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!
Repita por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!!!!

Autor: Edson Marques


Estamos dispostos a promover as nossas mudanças?

domingo, 17 de julho de 2011

Constatações

Deus costuma usar a solidão para nos ensinar sobre a convivência.

Às vezes, usa a raiva, para que possamos compreender o infinito valor da paz.

Outras vezes usa o tédio, quando quer nos mostrar a importância da aventura e do abandono.

Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar sobre a responsabilidade do que dizemos.

Às vezes usa o cansaço, para que possamos compreender o valor do despertar.


Outras vezes usa doença, quando quer nos mostrar a importância da saúde.

Deus costuma usar o fogo, para nos ensinar sobre água.

Às vezes, usa a terra, para que possamos compreender o valor do ar.

Outras vezes usa a morte, quando quer nos mostrar a importância da vida.

Autor: Fernando Pessoa
Conseguem perceber a presença de Deus em suas vidas?

domingo, 10 de julho de 2011

Campanha de doação de abraços!

Inspirado em um cidadão australiano que pratica nas ruas do seu país a distribuição de um bem, quero convidar a todos para aderir a um movimento que acredito trará benefícios a quem doa e a quem recebe. Vamos doar abraços!!
Aquele que quiser aderir deverá seguir as instruções abaixo:

1. A meta é a doação diária de, no mínimo, cinco abraços;

2. Cada abraço deve durar, pelo menos, três segundos;

3. Todo abraço deve ser acompanhado de uma palavra amiga (paz, saúde, amor, felicidades...);

4. Não pode ser aquele abraço lateral. Tem que encostar os corações;

5. Os abraços não são cumulativos. Se você deu seis, sete, ou quinze abraços hoje, sua meta para amanhã continua sendo os cinco abraços iniciais;

6. Quem quiser pode alterar a sua meta diária (desde que seja para mais de cinco);

7. Nunca devemos recusar o abraço de alguém;

A intenção da campanha é uma aproximação maior entre as pessoas tentando fazer uma sociedade um pouco mais fraterna. 
Podemos começar agora?

domingo, 3 de julho de 2011

Comunicação Saudável

Nossa tendência em apreciar, avaliar e julgar, expressando aprovação ou desaprovação às afirmações, posturas e condutas das pessoas ou grupos, é percebida por alguns estudiosos como o maior entrave às comunicações interpessoais. Esta tendência intensifica-se na medida em que o assunto mobiliza emoções e sentimentos não idênticos; assim, a presença destes elementos reduz a possibilidade de haver uma plena comunicação, pois haverá dois juízos de valor, cada um originário de um quadro de referência psicológico, o que os torna impossíveis de serem partilhados.

Esta percepção pode ser confirmada na experiência comum, quando um observador não envolvido emocionalmente assiste a uma acalorada discussão. Sua conclusão mais frequente é de que os discutidores não estão falando sobre o mesmo assunto, ou apenas estão tomados por preconceitos. Neste caso, há uma luta centrada em pontos de vista, nenhuma escuta, e portanto, falta uma autêntica comunicação.

Para que possa ocorrer uma verdadeira comunicação é preciso ouvir com compreensão, o que equivale a realizar a árdua tarefa de perceber a idéia e a atitude expressas dentro da moldura psicológica do seu interlocutor. Tal habilidade, que pode ser construída ou aperfeiçoada, sabe-se psicologicamente, tem um imenso poder de auxílio. À medida que apreendemos do discurso de alguém, aquilo que o gerou – medo, entusiasmo, preconceito, pensamento integrativo, mágoa, satisfação, e assim por diante – e identificamos o seu significado, nosso contato adquire características terapêuticas e educacionais com alta resolutividade.

Um exercício prático recomendado é ficar atento a si mesmo, e, antes de entrar num clima de discussão ao ouvir opiniões, repetir com suas próprias palavras aquilo que ouviu do seu interlocutor e indagar se era exatamente o que foi dito, e só emitir o seu ponto de vista, após a aprovação do outro. Esta atitude reduzirá muito os desencontros da comunicação e possibilitará uma real percepção das semelhanças e diferenças de pensamentos e sentimentos.

Para executar tal exercício, é preciso coragem, pois ao entrarmos no mundo intimo do outro e perceber a vida por sua, corremos o risco de nós próprios mudarmos e, para a maioria de nós, isto parece ameaçador e desestruturante.

Em nossas comunicações, tendemos a preservar a nossa mundividência, - crenças, valores e afetos nela incluídos – e adotamos condutas cem por cento defensivas. Assim, transformamos a nossa realidade pessoal em universal e egocentricamente nos posicionamos como se os outros estivesse totalmente equivocados. Um modelo extremo deste jeito de ser foi bem exemplificado na frase: existem dois grupos de pessoas, o que concorda comigo e o que está errado.

Para tornar uma comunicação mais saudável, é preciso fazer corresponder cada vez mais refinadamente a experiência, a consciência e a comunicação. A esta correspondência, os psicólogos humanistas denominam congruência. Isto pode ser percebido observando-se uma criança recém-nascida com fome. Ela comporta-se integradamente de tal forma que se torna transparente, verdadeira, unificada e idêntica no nível fisiológico, na consciência e na comunicação. Um exemplo oposto é o adulto de rosto congesto, tom de voz irritado, que categoricamente afirma estar calmo, limitando-se a apresentar a lógica e os fatos pertinentes. Se ele estiver sendo verdadeiro em sua fala, demonstra que sua consciência não apreende sua emoção no nível visceral. Se ele estiver sendo falso, significa que há incoerência entre a experiência e a comunicação. Esta contradição entre o verbal e o não-verbal dá margem a leituras contraditórias da mensagem ou discurso e enormes dificuldades nas relações interpessoais.

Um outro aspecto fundamental na comunicação decorre da necessidade humana de aceitação tal como se é, e da confiança ou desconfiança em uma relação. De um modo geral, nós hesitamos em nos mostrar como estamos intimamente, pois tememos a rejeição, a desaprovação e a constatação do não pertencimento ao grupo. Assim, nos acautelamos em nossa comunicação e possibilitamos a existência demais um alto grau de incongruência em nossa existência relacional.

À medida que tomamos consciência do que realmente somos, além dos estágios de desenvolvimento em que nos encontramos, nos tornamos mais autônomos psicologicamente e construímos uma mundividência cosmocentrada, nossa segurança e liberdade crescem e nossa coerência entre o sentir, o pensar e o falar se ampliam, permitindo-nos expressar-nos com mais autenticidade.
Uma variável relevante na comunicação é a prevalência de uma determinada função psíquica, que determina a existência de dois tipos psicológicos. O tipo intuitivo sentirá dificuldade em apreender o modus operandi do tipo sensação e vice-versa. O tipo pensamento, por sua vez, poderá se confundir com as expressões do tipo sentimento e vice-versa. O conhecimento e o exercício depercepção do outro auxiliarão a minimizar tais barreiras da comunicação.

Uma outra observação relevante no processo da comunicação é a constatação que estamos em níveis evolutivos de consciência hierarquicamente diferentes. Assim, é possível entender que o sábio compreenderá, mas não será compreendido pelo ignorante; o pacífico entenderá o guerreiro, mas não encontrará reciprocidade; o gênio apreenderá o mundo do medíocre, mas será isolado pelo mesmo, e assim sucessivamente.

Tais constatações nos permitem afirmar que ainda estamos distantes da autêntica comunicação. Educar-se para vivê-la faz parte das metas evolutivas de quem pretenda conhecer a plenitude.

Autor: André Luiz Peixinho
Texto publicado no Jornal À Tarde de 29/05/2011

domingo, 26 de junho de 2011

A missão de São João e Jesus

Sobre o que querem falar hoje?


Pode falar sobre São João?

[...]São João Batista foi um ser enviado a este plano para realizar uma missão bem clara e específica: dar as boas vindas e acordar o bodhisatwa chamado Jesus. O Cristo. O ser enviado do senhor Vishnu para aliviar o sofrimento deste plano.

Até então, a terra estava sendo guiada por leis muito duras e ásperas: olho por olho, dente por dente. Esse mestre, Jesus, trouxe uma nova energia, que inaugurou um outro ciclo na humanidade. Ele trouxe a mensagem do amor e da união: ao invés de destruir o inimigo, ame-o; ao invés de arrancar o olho daquele que arrancou o seu, ofereça a outra face. Trata-se de um ensinamento a respeito de aceitação e compaixão.

Jesus foi um mestre que pôde manifestar completamente a sua divindade. Então, ele se tornou um Cristo. “Cristo” é uma energia cósmica, que diz respeito ao estado de iluminação dele. Como um enviado de Deus, como manifestação Dele responsável pela conservação do amor na Terra, Jesus veio para realizar essa missão, que seria bem difícil, porque ele teria de reeducar forças muito rebeldes que estavam atuando no planeta.

O enviado São João Batista, portanto, foi uma pessoa de grande poder, determinação e luz, porque teve de segurar todas essas forças para permitir que Jesus pudesse realizar a sua missão. A tarefa de São João foi de receber Jesus e acordá-lo através da iniciação - por isso ele foi o mestre de Jesus. Ele cumpriu essa missão, tanto que, após cumpri-la, foi embora.

Trata-se de uma série de fatos históricos, que teve início no rio Jordão. De tempos em tempos, alguns locais do planeta são eleitos para dar passagem a algumas forças redentoras. Alguns portais cósmicos são abertos com a intenção de trazer luz para o planeta.

Estamos falando de um ensinamento tão profundo, tão valioso, mas que infelizmente foi tão degenerado e distorcido, como sempre o são os ensinamentos transmitidos por qualquer sábio ou santo. Muitas vezes, o mestre está respondendo a uma pergunta específica de um devoto e aquilo é entendido de forma genérica. Muitos conceitos são criados a partir desse ponto. E a mente ou o eu inferior se apropriam dessas informações, e elas acabam sendo um obstáculo para a libertação da alma.

Mas, olhando para o evento de uma forma objetiva, é isso que eu vejo: uma historia muito interessante e muito mal compreendida. Jesus continua vivo dentro de cada um de nós. Se você quer conhecer essas verdades, mergulhe fundo dentro de si mesmo. Não repita nem siga cegamente os seus ensinamentos: viva-os e você encontrará a verdade.

O mestre é um só e se manifesta em lugares e de maneiras diferentes, de acordo com a necessidade de cada povo e de cada época. A verdade é uma só: Sachcha. A verdade irrefutável é aquilo que é.

Se você se firma na verdade, ela se revela. Se você se liga a uma manifestação divina - não importa se é uma divindade, uma personalidade divina, um guru, um mestre espiritual - você alcança. Se você realmente se firma com honestidade, inevitavelmente você alcança.

Se você busca sinceramente a divindade, ela se revela para você - isso e inevitável. Não importa se você medita em Jesus, em Prem Baba, ou em qualquer outra manifestação divina. Há muito tempo o mestre vem falando a mesma coisa, de várias maneiras, através de muitas de suas encarnações e manifestações. O amor é o caminho para se chegar a Deus.

Se você consegue chegar ao amor, alcança à bem-aventurança. Toda sua energia deve estar focada em abrir o seu coração e amar conscientemente.

Deus é amor, amor é Deus. A mensagem é uma só - sempre foi. A entidade humana, envolvida em camadas e camadas de proteção, de eu inferior, nega-se a ouvir essa mensagem.

Autor: Sri Prem Baba
Disponível em: http://www.prembaba.org.br/home.htm

domingo, 19 de junho de 2011

O principal

Narra uma lenda que jovem mulher passeava com seu bebê por um campo. Passando em frente a uma caverna ouviu uma voz que a chamava, acenando-lhe com a possibilidade de riquezas.
A voz lhe dizia que poderia adentrar a caverna, apanhar tudo o que quisesse, não se esquecendo do principal. Depois que saísse, a entrada seria selada para sempre.
A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Ficou deslumbrada ante o brilho das jóias, do ouro, das moedas e das pedras preciosas.
Descansou a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia, em seu avental.
A voz tornou a se manifestar. Agora anunciando que faltavam somente oito minutos antes que a entrada da caverna fosse fechada.
Ansiosa, a mulher recolheu mais algumas moedas de ouro e correu para fora.
Mal fizera isso, a entrada da caverna foi selada. Ela se deu conta então que esquecera a criança deitada no chão, no interior da gruta, e a porta estava fechada para sempre. Desesperou-se.
Esquecera o principal. Fascinada pelas riquezas, esquecera seu bem mais precioso: o filho amado.
Bem lhe dissera a voz para ela não esquecer do principal.

* * *

Antoine de Saint Exupéry, o autor da obra O pequeno príncipe escreveu: O essencial é invisível para os olhos.
Em verdade, o essencial, o principal são os valores espirituais e o ser humano. Dele fazem parte a oração, a crença em Deus, a gratidão, o amor.
Antes que os portais da vida física se fechem atrás de nós, aprendamos a viver em plenitude todas as oportunidades.

Autoria: Redação do Momento Espírita.
Texto enviado por: Claudia Alves (valeu, Claudinha!!)

Já identificamos o que é O PRINCIPAL em nossas vidas?

domingo, 12 de junho de 2011

A certeza, a escolha e a dúvida

Buda estava reunido com seus discípulos certa manhã, quando um homem se aproximou:
- Existe Deus?- perguntou.

- Existe – respondeu Buda.

Depois do almoço aproximou-se outro homem.

- Existe Deus? – quis saber.

- Não, não existe – disse Buda.

No final da tarde, um terceiro homem fez a mesma pergunta:

- Existe Deus?

- Você terá que decidir – respondeu Buda.

Assim que o homem foi embora, um discípulo comentou revoltado:

- Mestre, que absurdo! Como o Senhor dá respostas diferentes para a mesma pergunta?

- Porque são pessoas diferentes, e cada uma chegará a Deus por seu próprio caminho. O primeiro acreditará em minha palavra. O segundo fará tudo para provar que eu estou errado. E o terceiro só acredita naquilo que é capaz de escolher por si mesmo.

Texto extraído do blog de Paulo Coelho disponível em:  http://g1.globo.com/platb/paulocoelho/2011/02/02/a-certeza-a-escolha-e-a-duvida-2/

Quem decide é você. Tem certeza, tem dúvidas ou ainda vai escolher??

domingo, 5 de junho de 2011

Espontaneidade

Toda artificialidade do ser humano vem dessa necessidade de agradar, que está ligada a toda barganha. Com isso você perde uma qualidade que considero vital na vida humana: espontaneidade. Se você está preso aos condicionamentos, não pode ser espontâneo. Espontaneidade não é uma questão de certo e errado - é uma questão de ser.

Você diz que é espontâneo, mas talvez não saiba ainda o que é isso, porque está simplesmente imitando. A verdadeira confiança está escondida sob essa imitação - estou falando sobre máscara e sobre eu idealizado, usando outras palavras. A raiz da ação está aprisionada. A ação, nesse caso, não nasce da espontaneidade, mas da necessidade de fazer certo e de fazer sucesso. Isso é um aprisionamento da consciência.

Uma rosa exala seu perfume, naturalmente. Isso é espontâneo para a rosa. O ser humano só vai exalar o que considera ser perfume se estiver correspondendo às normas. Se a religião deixar, se as leis da sociedade deixarem, aí você exala seu perfume. Do contrário, não. Você vai tentar se mover de acordo com as regras. Talvez elas estejam dizendo: abafe o seu perfume, tranque-o, você não pode exalá-lo. E você vai fazer isso.

Isso acontece todos os dias, de maneiras variadas, em todos os aspectos da vida. Por exemplo: você tem vocação para uma coisa, mas de repente é forçada a seguir num caminho diametralmente oposto da sua vocação. Você será feliz seguindo esse caminho? Não. Porque estará no caminho oposto sonhando com o real, com aquilo que está dentro de você. A sua essência está indo numa direção e a sua personalidade, que é fruto do meio, está indo noutra, completamente oposta. É inevitável que você seja infeliz.

Espontaneidade significa deixar acontecer. Não impedir o curso dos acontecimentos. E como é possível ser espontâneo? Qual a outra qualidade que lhe permite ser assim? Confiança! Por que como você será espontâneo de fato se você não confia que realmente “é isto”? Se você deixar de ouvir os outros para ouvir a si mesmo, será preciso confiança. Sem ela, você não segue o seu coração. Você seguirá ouvindo todas as vozes que falam na sua mente de todas as maneiras.

Tem de ter confiança, porque, se não, o que acontecerá se você seguir seu coração e quebrar a cara? Aí sim você dirá: “Eles estavam certos, eu quebrei a cara”. Aí se encherá de culpa.

Não é para isso que você quebrou a cara, mas para respirar fundo e falar: “OK, isso faz parte da caminhada”. É verdadeiro aquele ditado, de que se aprende errando. Tente remover da sua mente essa necessidade de ser perfeito. Isso tem lhe machucado muito.

É uma gastura!

Você não pára! É o tempo todo correndo atrás de seu próprio rabo. Isso não tem fim. Relaxa! Relaxa...

Você não sabe o que é isso, não é? A mente não pára, não é? Porque está tentando fazer certo, com medo de errar. Repito: espontaneidade não tem absolutamente nada a ver com certo ou errado.

Falo isso para que possa se observar: onde você está em relação a isso? Você é espontâneo? Ou está preso nessa armadilha? Nesse espectro da mente? Nessa necessidade de fazer certo e no medo de errar?
Estou tão totalmente presa que não consigo sentir Maharajii.

Você consegue me sentir? É a mesma coisa. Eu sou Maharajii. Não há diferença. Somos uma coisa só. Ele deu poderes para que você se conecte comigo. Tudo que ele transmite para mim, você recebe.

Mesmo estando aqui, eu penso em você.
Aqui é minha casa. Eu e Maharajii somos um. Ele disse isso publicamente – está gravado. Você chega a mim através dele. Eu transmito meu amor para ele e ele passa para vocês. Conecte seu coração com o meu, e você chega a Maharajii, OK?

Autor: Sri Prem Baba

Você tem sido espontâneo(a)??

domingo, 29 de maio de 2011

Bênção, Mamãe África

[...] Muitas sementes da sabedoria dos africanos, em mim plantadas, ainda não encontraram terreno fértil para germinar, mas não desisto e, por isso, cuido desse terreno em todo momento. Outras há, no entanto, que cresceram e até deram frutos. Foi assim refletindo que resolvi homenagear o berço da humanidade – a África -, aproveitando este precioso espaço de comunicação que a mim foi concedido para, humildemente, tentar espalhar essas sementes, na esperança que elas caiam em terrenos férteis.

Foi através da tradição oral, chamada na língua yorubá de ipitan, que entrei em contato com a maravilhosa arte de viver do africano, que tem na alegria um de seus fundamentos. Entretanto, nós brasileiros, que temos nesse povo uma de nossas descendências, não devemos correr o risco de sermos megalomaníacos e considerar a filosofia africana a melhor. Todo povo possui sua sabedoria, mas a Sabedoria, assim como Deus, é uma só. A mesma base, os mesmo fundamentos, apenas transmitidos de acordo com a cultura e o lugar de viver correspondente. Se foi através da tradição oral que aprendi, é agora na escrita, iwe-kikó, que encontro condições favoráveis para transmitir, a um maior número de pessoas, os ensinamentos absorvidos e os quais ainda pretendo assimilar, de maneira profunda.
Conheçamos, então, um pouco do muito que possui a filosofia do povo africano:

- É na alegria e na generosidade que se encontra a força que se precisa para enfrentar os obstáculos da vida: “Lé tutu lé tutu bó wá” = “Sigamos em frente alegremente, sigamos em frente iluminados, dividindo o alimento adquirido”.

- A palavra tem o poder de materializar o que existe em potencial no universo, por isso os africanos falam muito e alto, quando precisam canalizar sua energia em direção ao que é essencial, mas silenciam nas horas necessárias. Um orin faz entoar: “Tè rolè... Mã dé tè rolè. Báde tè role” = “Eu venero através do silêncio... Eu pretendo cobrir meus olhos e calar-me. Ser conveniente, respeitando através do silêncio”.

- Nosso maior inimigo (como também nosso maior amigo) somos nós mesmos: “Dáààbòbò mi ti arami” = “Proteja-me de mim mesma”.

- O cuidado com o julgamento do outro e também com o instinto de perversidade: “Bí o ba ri o s'ikà bi o ba esè ta ìká wà di méjì” = “Se vir o corpo de um perverso e chutá-lo, serão dois os perversos”.

- O respeito às diferenças: “Iká kò dógbà” = “Os dedos não são iguais”.

- A necessidade de um permanente contato com a Essência Divina que cada um possui: “Eti èmí óré dé ìyàn. Àroyé èmí óré dé ìyà” = “Na dificuldade de decisão e no debate, a Essência Divina amplia a visão para argumentar”.

Como se vê, o corpo da tradição oral africana, que é composto de itan – mito; oriki – parte do mito que é recitada em forma de louvação e vocação; orin – cântico de louvação; adurá – reza; ówe – provérbio serve para nos disciplinar. Entretanto, nenhuma sabedoria tem mais valor do que a filosofia do ìwà, palavra que pode ser traduzida como conduta, natureza, enfim, caráter. Devemos estar atentos aos nossos comportamentos. Pois, como falam os africanos após enterrar um amigo, “ó kù ó, ó kù ó ìwà ré”, querendo dizer, “não podemos lhe acompanhar no resto de sua viagem, agora só fica você e seus comportamentos”.

Autora: Maria Stella de Azevedo Santos - Mãe Stella
Artigo publicado na editoria Opinião do Jornal A Tarde, no dia 25/05/2011

Percebam a profundidade das palavras da Yalorixá. É muita sabedoria!